Três anos. Quem diria que poderiam passar tão rápido?
Aproveito esse espaço pra contar um pouco do que vi nesses três anos. Não fui ao primeiro dia de aula, o aluno perdido achou que as aulas só começariam na outra semana. No dia seguinte, portões fechados, o marido da ex-diretora Sônia Valliengo havia morrido. Só no terceiro dia consegui assistir a primeira aula, e que por algum acaso, era de artes. Não gostava muito da matéria, mas aquele desenho coletivo, que guardo até hoje, faz muito sentido e mostrou que as pessoas que iria conhecer eram diferentes.
O primeiro com quem conversei da sala foi o Marcelo, e foi por causa dele que ganhei o apelido de Chino, meus olhos, que estavam irritados fizeram eu parecer um chinês mesmo. Cada aula era motivo pra escrever uma história, como não tinha tempo, comecei a escrever uma agenda, que na época era apenas uma postagem no famoso Tópico dos Burros da comunidade do 1ºC no Orkut.
As gincanas, as brigas na sala, as aulas de educação física em que nem todos ficavam na quadra, mas sim sentados nos bancos do pátio conversando, os interclasses perdidos (principalmente o que perdemos pro lixo), as várias brigas em que a sala parecia um campo de batalha entre URSS e EUA. Os trabalhos em que cada grupo se caracterizava, ficava descalço, oferecia cocadas… As fotos, de todos os jeitos e em todos os lugares da escola. As reuniões do TCC, as discussões com os professores, as provas (individual, em dupla ou coletiva). Em 2012, quando passei a ser o representante da sala, e tive que encarar algumas bombas, recolher bilhetes, entregar boletins, e, querendo ou não, passar alguns minutos na sala do Serviço de Orientação Educacional. Todos esses momentos, de alguma forma estão sendo contados não só nesse post, mas sim em todos os posts desse blog, que foi a maneira mais fácil de falar e ajudar a sala.
No fim de semana antes da apresentação, passei o dia e a madrugada montando o vídeo vida do 3ºC. Quando terminei o vídeo, ainda sem a parte dos depoimentos, as lágrimas começaram a correr, lágrimas que não eram de tristeza, mas sim de felicidade. Felicidade por ter conhecido esses mais de quarenta doidos que fizeram parte do melhor momento de minha vida.
Acima de tudo, vou sentir falta de uma coisa: ser chamado não de Marcus, mas sim de Chino.